segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

The Star Wars Holiday Special

Todo mundo tem um esqueleto no armário. Para os atores, o esqueleto dele costuma ser aquele filme feito há muito tempo e que todos preferem esquecer.

Para Star Wars, o esqueleto chama-se O Especial de Natal. Para nós, os mais velhos (relíquias pré-DVD, pré-videocassete, pré-celular, pré-internet e pré-qualquer coisa hoje considerada normal), o especial foi uma oportunidade única para ver mais um pouco do universo que conhecemos em Guerra nas Estrelas (sim, a saga nessa época ainda levava seu nome traduzido) e tem um valor nostálgico. Mas, vamos ser sinceros, a coisa é dura de engolir. E se transformou num esqueleto não só para Star Wars, como também para Harrison Ford, Carrie Fisher, Mark Hamill e George Lucas em pessoa. Considerado tão ruim que chega a ser bom, qualidade dos trashs de raiz, o especial, exibido uma única vez e jamais lançado oficialmente em qualquer formato, transformou-se imediatamente em ícone cultuado pelos fãs.

O ápice mais recente da aparição do esqueleto aconteceu ano passado, quando Harrison Ford precisou suportar em silêncio enquanto o apresentador Conan O’Brien exibia trechos do especial em seu programa. Como George Lucas comentou em uma entrevista, o especial é algo que aconteceu e os envolvidos têm de viver com isso. Algo como aquilo que você fez no colégio. Ou naquela festinha de final de ano da empresa.

Exibido originalmente em 17 de novembro de 1978 nos Estados Unidos, o especial é visto como cafona e um demérito ao universo criado por Lucas. Oficialmente, o programa se chama The Star Wars Holiday Special, sem nenhuma ligação com o Natal, seja no título ou no roteiro. A exibição original, na verdade, está mais próxima do Dia de Ação de Graças, um feriado de grande importância nos Estados Unidos e ignorado por aqui.

O objetivo da estratégia - ceder o uso dos personagens para um programa de TV - era manter Star Wars vivo na mente do público, numa época em que as seqüências não podiam contar com o lançamento do vídeo ou DVD para aquecer os fãs até o próximo capítulo chegar às telas.
O roteiro mostra a família de Chewbacca aguardando a chegada do wookie para uma comemoração em seu planeta natal, Kashyyyk. A comemoração dos peludos é mostrada como um momento de reunião familiar como a Ação de Graças. Enquanto seu pai, esposa e filho aguardam, Chewbacca está ao lado de Han Solo a bordo da Millenium Falcon fugindo da armada do Império. Preocupada com o atraso da dupla, a esposa de Chewie entra em contato com Luke, que aparece consertando um caça ao lado de R2D2. Ela também entra em contato com Leia, que aparece ao lado de C3PO. A história inclui, ainda, uma cena com Darth Vader ordenando uma busca pelos rebeldes, o que garante a presença desta “jóia” também no currículo de James Earl Jones. David Prowse, que interpretou Vader em grande parte das cenas no cinema, e Kenny Baker, ficaram de fora dos créditos, e devem estar agradecidos até hoje.

Em Kashyyyk, soldados do Império invadem a casa de Chewbacca, fazem uma busca e por pouco deixam de notar o comunicador oculto na sala. A presença dos personagens de Star Wars mais a perseguição do Império daria uma aventura bacana, se não fosse o roteiro ridículo e os clipes musicais e números de equilibrismo e acrobacia. Um dos clipes tem a participação especial do grupo Jefferson Starship cantando "Light the Sky on Fire". Se você não assistiu e sente que usaram o nome Star Wars para nada, tem toda a razão. Para coroar o desastre, Carrie Fisher aparece cantando o tema de Star Wars. Sua expressão abobada e olhos dilatados deu origem a todo tipo de comentário de que a atriz estava drogada durante as filmagens.

Prendam a respiração para a sensacional luta entre Han Solo e o soldado das tropas de Vader!!! Imprerdível!!!

Chega de lero, lero... assistam o trash:
http://www.youtube.com/watch?v=asnVcbWQ2cg

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